Às vezes fico a imaginar a face de Jesus diante das “imagens” que o representam na terra, inclusive algumas imagens de “Cristo Rei”, onde Aquele que se fez o mais humilde e pobre é mal interpretado e apresentado com as glórias deste mundo: trono, coroa e cetro.
Imaginem Jesus de Nazaré, com as mãos calejadas e um rosto sofrido de homem que nasceu numa manjedoura, que se salvou no lombo de um jumento e que viveu no anonimato e na simplicidade por mais de 30 anos. É esta a imagem do Reino de Jesus de Nazaré.
Seu poder estava em seu suor,
sua glória em seu avental
e sua realeza no serviço aos pobres.
Vivemos num tempo difícil, sobretudo na região em que Jesus nasceu. Tudo isso porque a humanidade inventou as religiões baseadas no poder deste mundo e as manipulam em nome de Deus para justificar sua sede de poder. As religiões que nasceram no coração da humanidade, foram e são utilizadas, muitas vezes, para desumanizar.
Jesus de Nazaré inaugurou o Reino e nos deixou a missão de cuidar com zelo desta sua obra prima. Neste reino, amar e ser amado Nele se torna a categoria fundamental, a moral que humaniza. A Igreja é servidora deste reino.
Não deixemos de lado a imagem mais fiel apresentada por Jesus… o Abba Pai… que supera toda imagem dos poderosos deste mundo. A imagem misericordiosa e maternal do Pai é a única capaz de
transformar os corações dos povos,
salvar as nações
e unir todas as línguas num hino de comunhão universal.
Em nossa experiência pessoal, temos também neste dia, a oportunidade de renovar o Senhorio de Jesus em nossa vida, ou seja, proclamá-lo como nosso Bem Amado, com um coração indiviso.
Qual é imagem de Jesus que guardo em minha história?
Tenho derramado meu suor e meu sangue na construção do “seu Reino que também é nosso”?
Tenho usado o avental da caridade?
Tenho os pobres como “senhores” a quem devo amar e servir?
Por pe. Éder Carvalho Assunção Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África
Dn 7,13-14 / Sl 92 / Ap 1,5-8 / Jo 18,33b-37