Ser pobre em espírito, única riqueza capaz de conquistar a felicidade.

Diante de um mundo fascinado em “ter” e “acumular” o discurso evangélico pode ser facilmente negado e o pior, falsificado. Um grande câncer que se encontra no cristianismo hoje se chama “teologia da prosperidade”, onde se associa benção com conquistas econômicas. A liturgia da Palavra deste domingo nos convida à teologia da providência, da pobreza em espírito, onde a felicidade se torna a celebração daquilo que nós somos e não á partir daquilo que possuímos.

A cruz não releva a vaidade, nem a prosperidade, ela revela o amor daquele que se fez pobre, daquele que se esvaziou para nos preencher, não com bens perecíveis, mas com a graça do “bem viver”. Iludidos são aqueles que associam conquistas econômicas como símbolos do amor de Deus, pois se isto fosse verdade, onde estaria Deus diante das milhões de pessoas vítimas da fome, das guerras, catástrofes naturais? Escolhendo uns poucos para abençoar e bilhões para minguar?

A fé é confiança total, entrega gratuita. Quem ora a Deus e espera uma recompensa, uma prosperidade, revela-se como um interesseiro, amante de quinta categoria que sonha com o golpe do baú. A teologia que brota do Evangelho é amor sem medida, uma alegria se encontra não na prosperidade, mas no encontro, no olhar na gratuidade afetiva.

Aqueles que atingem esta maturidade vivem a mística no quotidiano, aqueles que mantêm o discurso da prosperidade e do curandeirismo, aproximam-se do sagrado com as armas das novenas da mediocridade, das correntes supersticiosas, e uma vez saciados “do consumismo espiritualista” voltam sem compromisso até serem “atacados” pela próxima necessidade.

Aqueles que amam com o coração de Jesus, não voltam, pois encontraram um tesouro, e o único desejo que brota agora é partilhar a graça, ou seja, apaixonar-se pela missão que comporta a alegria de anunciar o Evangelho.

Por pe. Eder Carvalho Assunção

Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África

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1ª Leitura – Eclo 1,2; 2,21-23

Salmo – Sl 89,3-4.5-6.12-13.14.17 (R.1)

2ª Leitura – Cl 3,1-5.9-11

Evangelho – Lc 12,13-21

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