Pedro respondeu: “Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.
Neste quarto Domingo da Páscoa onde celebramos a 54º Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, encontramos na liturgia da Palavra uma consolação e uma motivação para seguirmos firmes na Missão de ser os “ombros de Jesus, o Bom Pastor” neste tempo que se chama hoje.
Conversão, batismo, efusão do Espírito, temas da pregação de Pedro que nos ajudam a degustar o Querigma, “sempre antigo e sempre novo”. Cada pessoa humana, no silêncio de sua consciência, pode contemplar os afagos de Jesus, o Bom Pastor, em sua sua história. Esta memória cordial é avivada pela ação do Espírito, o mesmo que nos mergulhou na graça da Vida Trinitária.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me/ por toda a minha vida;/ e, na casa do Senhor, habitarei/ pelos tempos infinitos.
A experiência de ser carregado nos ombros do Bom Pastor faz o cristão cantar repetidas vezes o salmo 22. Pois nesta odisséia de ternura encontramos um Deus apaixonado, que nos desconcerta e nos enche de paz e na liberdade nos convida a participar de sua missão.
Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas.
Quem nunca se desgarrou? Quem nunca se perdeu em péssimas escolhas? Enquanto se esperava a punição, “lá vem a restauração”, um Deus contente em cuidar, curar e carregar. O Bom Pastor amou com um amor inconsequente, veio somente para amar e foi encurralado pelo seu rebanho, condenado por “ter cheiro de ovelha”, pois os seus esperavam um pastor com cheiro de palácio, com poder real, e veja lá o que temos, um poder serviçal.
O Bom Pastor foi condenado por ser pastor e na sua condenação, sua maior pastoral, a redenção do rebanho. Hoje, neste dia de Pentecostes, como diz Pedro, pois até a parusia, todo dia é dia de Efusão, é dia do Pai dos Pobres, cada pessoa é convidada a pastorear.
O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”
Hoje muitos são os falsos pastores, que tiram do seu rebanho: leite, la~ e carne. Em vez de cuidar, matam e oprimem. Quantos são os falsos pastores que enchem o mundo da religião, da política, da justiça?
Mensagem do Papa Francisco nesta Jornada Mundial das Vocações
Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade. Todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho. Com efeito, o discípulo não recebe o dom do amor de Deus para sua consolação privada; não é chamado a ocupar-se de si mesmo nem a cuidar dos interesses duma empresa; simplesmente é tocado e transformado pela alegria de se sentir amado por Deus e não pode guardar esta experiência apenas para si mesmo: «a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 21).
Atraídos pelo Bom Pastor, rezemos neste dia pelas vocações e deixemos a graça do Espírito renovar e tranformar nossa pastoral.
Eu tenho sido um bom Pastor para minha família?
Cuido de minha comunidade de fé?
Dou a vida para salvar o Planeta?
Sou coerente na luta contra as injustiças e corrupções da sociedade?
Diante do Santíssimo Sacramento peça ao Senhor que envie consagrados e consagrados, diáconos, presbíteros e bispos, que tenham em suas vidas a marca de um “amor inconsequente”, do desprezo das “zonas de conforto” e a da radicalidade missionária.
Por pe. Éder Carvalho Assunção. Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]
Uma leitura Orante
At 2,14a.36-41
Sl 22
1Pd 2,20b-25
Jo 10, 10