Viver e arriscar-se, sobreviver e enterrar-se… na encruzilhada das decisões…

Por pe. Éder Carvalho Assunção, missionário no Corno da África [email protected]

A parábola dos talentos nos fala ao coração. Ela nos ajudar a fazer uma análise da caminhada existencial, na qual o ser humano é um eterno peregrino.

É fato que todo ser humano é dotado de dons, talentos, carismas e particularidades, que o faz único na montagem do “quebra-cabeça” da alegria universal.

Porém, nem sempre temos a determinação e a doçura de uma mulher habilidosa, determinada em arrumar a sua morada existencial (cf.Pr31,10-31). A vida é artesanal, não suporta formas. Portanto, não temos respostas, apenas inquietudes e o renovar diário da decisão que amadurece, enriquece e enobrece, e às vezes, nos colocar em riscos sem igual. Entretanto, os riscos são necessários e nos levam a descobrir a beleza que está do outro lado.

Quantas vezes deixamos de ousar, de ir além, de fazer diferente?

Quantas vezes nos deixamos levar pelo medo e ficamos (ou estamos) parados, paralisados com toda a saúde, porém, estagnados na mediocridade do medo?

Recorramos novamente à beleza da mulher (cf.Sl 127) que fecunda o coração de sua casa na simplicidade das pequenas coisas do dia. O que nos renova não são as grandes mudanças e sim, os pequenos gestos, a conversão do olhar, a doçura do silêncio, a arte de perdoar e de “perder” mesmo quando se “merece” ganhar.

Enterrar os dons e talentos (Cf.Mt25,14-30) significa enterrar o sentido da vida e apenas sobreviver na zona de conforto. Não existe nada mais frustrante para uma pessoa que vegetar e se conformar; amados e criados sem “formas”, porém decidem voltar às formas.

Quanto são os conformados e hábeis “coveiros” dos próprios talentos?

Quantos de nós abandonados a entrega eucarística e fazemos da missa uma procissão fúnebre onde “eu enterro” minha vocação?

Quantos “se conformam” com as histórias bíblicas ou dos santos, e não se arriscam em fazer sua própria história na apaixonante e arriscada vivência missionária?

“Somos filhos da luz” (cf.1Ts5,1-6), deixemos a trevas da mediocridade e da covardia. Não importa o “há quanto tempo” e sim, “que hoje é tempo” de construir uma nova história.

1ª Leitura – Pr 31,10-13.19-20.30-31

Salmo – Sl 127,1-2.3.4-5 (R. 1a)

2ª Leitura – 1Ts 5,1-6

Evangelho – Mt 25,14-30

 

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