Será que Deus precisa de nosso resto?

Por Pe. Éder Carvalho Assunção – Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno Africano

“Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”

Neste domingo mundial das missões, Nosso Senhor nos questiona, assim como questionou os fariseus:

  1. Será que damos a Deus o que é justo?
  2. Damos a Ele o melhor de nós?
  3. Ou damos a Ele o que nos resta?
  4. Será que Deus precisa de nosso resto?
  5. Nossas melhores energias são gastas na missão que de Deus recebemos?
  6. Deus é Senhor de nossa História?

Hoje, podemos fazer da religião apenas um refrigério para nossa consciência e deixamos para o outro a resposta radical de uma vida inteira dedicada a Deus na missão.

Lembramos aqui que o missionário não o é por títulos eclesiásticos, ele o é, pela experiência de Deus que o faz transbordar em testemunho de bondade, de gratuidade, de perdão, de alegria.

Como ouvimos o Profeta Isaías, o Senhor nos chama pelo nome , ele nos unge com seu Espírito, para que possamos ser sinal de libertação.

  1. Vivemos segundo a Unção que recebemos no peito e na cabeça no dia de nosso Batismo?
  2. Fazemos jus ao hábito que portamos, ao nome de cristão que nos acompanha?
  3. Somos sinais de libertação, de vida nova, para aqueles que nos rodeiam?

O salmista hoje cantou que a “glória de Deus deve ser manifestada entre todas as nações”, e como diz santo Irineu, “a glória de Deus é a vida do homem e a vida do homem é a visão de Deus”.

  1. Diante de um mundo pluriétnico, como anunciar o Reino?
  2. Como ser sal e luz no silencioso testemunho das pequenas coisas do dia a dia?

Como nos diz Paulo na carta aos Tessalonicenses, a graça do Evangelho não chega somente por meio das palavras e sim pela força do Espírito. Portanto, deixemos que este dia mundial da missões nos converta e nos faça discípulos missionários neste tempo que se chama hoje:

  1. Tenho ajudado a Igreja local de Lábrea em suas necessidades pastorais?
  2. Tenho ajudado, à partir do Evangelho a construir uma sociedade mais justa e solidária?
  3. Tenho orado e contribuído financeiramente com os missionários além fronteiras, principalmente nos países que vivem a dor da guerra, da fome, do ebola e tantos outros sofrimentos desnecessários?

Acompanhemos agora, um trecho da mensagem do papa Francisco. Lembrando que hoje em Roma, acontece a canonização do Papa Paulo VI, que nos dizia que a “Verdadeira Evangelização se dá com a promoção da Vida humana”. Ouçamos as palavras de Francisco.

 

Queridos irmãos e irmãs!

 

Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu “em saída”. O Dia Mundial das Missões é um momento privilegiado para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma ocorrência permeada de graça e alegria: de graça, porque o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua acção; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária.

 

O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo o animador. Imediatamente depois de ter louvado o Pai – como diz o evangelista Mateus – Jesus convida-nos: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30). “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 1).

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