Mesmo se a humanidade não se porta como filha, a paternidade-maternidade de Deus jamais será negada.

Geralmente as relações humanas são baseadas na lei da reciprocidade. Ama-se aquele que ama, perdoa-se aquele que perdoa, ajuda-se aquele que ajuda. Esta lei pode levar a relações interesseiras, desprovidas de lealdade e fraternidade. Sua aparência é ética, mas sua essência é medíocre.

Diferentemente é a relação de Deus com a humanidade, pois a mesma não depende da reciprocidade, mesmo se esta venha a transformar-se em virtude. Deus segue a lógica da ágape, ou seja, a lei da gratuidade. Amar sem nada esperar. Mesmo se a resposta é salutar, sua ação é generosidade que independe do reconhecimento.

Assim contemplamos a liturgia da Palavra deste Domingo. Misericórdia e compaixão são marcas essenciais da “identidade divina”. O diálogo compassivo de Abraão com Deus, a contemplação de Paulo sobre redenção e a nova forma de rezar ensinada pelo Cristo, revelam esta gratuidade e fidelidade.

Mesmo se a humanidade nega sua condição filial, o Senhor ensina a chamar Deus de “Abba-Papa- Papaizinho”. Mesmo se a humanidade se confia em suas forças e autossuficiência, o Senhor nos convida a contemplar na Providência.

No Pai Nosso encontramos a gratuidade do amor misericordioso que cuida, zela e cura com ternura e fidelidade. Mesmo se a humanidade não se porta como filha, a paternidade-maternidade de Deus jamais será negada.

 

Por pe. Éder Carvalho Assunção Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]

 

Leitura Orante

 

1ª Leitura – Gn 18,20-32

Salmo – Sl 137,1-2a.2bc-3.6-7ab.7c.8 (R. 3a)

2ª Leitura – Cl 2,12-14

Evangelho – Lc 11,1-13

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