É necessário, portanto, “ser leproso como o Cristo”.

Por pe. Éder Carvalho Assunção  – Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]

Cf.Lv 13,1-2.44-46; Sl 31; 1Cor 10,31-11,1; Mc 1,40-45

Trazemos em nossa existência as doenças que nos marcam e que podem nos limitar. A doença física revela a nossa fraqueza: não somos portadores da última palavra sobre a vida ou sobre a morte. A doença espiritual corrói o nosso coração e destrói as virtudes e os valores.  Ambas nos fazem contemplar a vida de maneira diferente.

No evangelho de hoje Jesus “se faz leproso” ao tocar a humanidade portadora de uma lepra que tem gerado sempre a fome, a guerra, a destruição da natureza, as injustiças, as ditaduras, os terrorismos etc.

Moisés “lança fora da comunidade os leprosos”. Jesus, porém, toca suas feridas. Se a lei sanitária nos impede de aproximar, a caridade nos leva ao encontro, a fraternidade.

Recentemente muitos profissionais da saúde, voluntários e missionários doaram suas vidas tocando as pessoas portadoras do “vírus ebola”. Elas tocaram sabendo do risco e mesmo assim o fizeram “por, pelo e com amor”. Este tocar é para glória de Deus através da vida da pessoa humana. Podemos chamar este toque de compaixão.

É necessário, portanto, “ser leproso como o Cristo”. É necessário tocar aqueles que ninguém quer tocar. Quem não faz esta experiência está longe do Cristo mesmo que participe da missa todos os domingos.

Damião de Molocai, o padre leproso é um exemplo de santidade e não nos esqueçamos que na época, mesmos os “companheiros de igreja” não o queriam por perto, pois ele “poderia contaminar”. Irmã Cleusa em Lábrea também viveu esta experiência, andando de mãos dadas com os portadores de hanseníase, lutando por seus direitos.

Imagine a “multidão eufórica” em seus louvores neste clima de “feriado de carnaval” que tocam o Cristo na Eucaristia mas que são incapazes de tocar aqueles que o Cristo da Eucaristia ama de Coração Divino tocar através das mesmas mãos que são estendidas para receber a comunhão!

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