Buscar a Deus no próximo e ser próximo para que o outro encontre a Deus

por pe. Éder Carvalho Assunção

Reflexão – Liturgia XXX Dom TC – Ex 22,20-26 / Sl 17 / 1Ts 1,5c-10 / Mt 22,34-40

Espiritualidade e Alteridade: realidades inseparáveis no cristianismo

A tradição bíblica do Antigo Testamento nos mostra como Deus é próximo da Realidade Humana, como ele desce ao ouvir o clamor de ser povo. Ele se torna próximo na gratuidade dos patriarcas e matriarcas, dos profetas e profetisas, dos sábios e das sábias, gente do povo guardam tesouros da alteridade:

  1. Hospitalidade – Acolher o estrangeiro, o migrante na gratuidade. Imagine como      hoje nosso país acolhe os migrantes. Na mídia encontramos o racismo      explícito e a negação destas pessoas que vem “tirar nossa      ordem”. Outros se aproveitam para escravizar bolivianos e peruanos,      empresários mercenários que roubam a dignidade e exploram suas necessidades.      Por outro lado encontramos iniciativas de acolhida em comunidade      eclesiais no Acre e através das ações da Pastoral do Migrante em todo      país.
  2. Acolher o órfão e a viúva – Hoje nos deparamos diante dos órfãos e das viúvas do Ebola na      África Ocidental. Segundo dados do Unicef… são milhares… O que      fazemos? Qual a nossa preocupação? Que tipo ajuda humanitária nosso      país tem oferecido? Como eu colaboro através dos meios possíveis?

O salmista hoje canta que o crente espera em Deus. E como Deus atende aquele que clama? Através da nossa vocação. Não fomos chamados para uma realidade abstrata, vivemos a concretude deste tempo com suas alegrias e mazelas e somos, portanto, o cheiro de Deus na vida destas pessoas.

Onde estão os curandeiros de plantão? Por que Deus não acaba com o ebola através de sua oração? Os curandeiros adoram o espetáculo. Os crentes em Deus se colocam a caminho, se tornam peregrinos da gratuidade e se lançam no serviço ao outro.

Quando acolhemos a Palavra na Alegria do Espírito, superamos as tribulações na gratuidade do reino, como hoje nos encoraja Paulo na segunda leitura. Assim, viveremos a essência do Evangelho de Nosso Senhor: o Amor, a Deus e ao próximo. Uma vez escutei um provérbio que dizia assim, “toda vez em que busquei a Deus acabei encontrando um irmão”.

Percebe-se hoje na Igreja uma corrente de pessoas que choram e desabam diante do Santíssimo Sacramento, mas são incapazes de inclinar-se diante do irmão que sofre. Buscam o caminho do altar, mas retornam pelo caminho da “mediocridade religiosa”. Os santos percorriam também o caminho do altar da capela do Santíssimo, porém, retornavam pelo caminho da caridade, o caminho de Jesus, o caminho dos lugares onde ninguém que estar. A maioria dos “adoradores de plantão” não querem este caminho, pois, este “bendito caminho” afeta a “zona de conforto e o bem estar”. Afinal, qual caminho que eu percorro? A que Deus eu adoro?

 

 

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