Imaginemos a cena do Evangelho de hoje, onde João apresenta ao mundo a realização de seu ministério profético. Que alegria contemplar uma “utopia tocável”. Sem dúvida, João vivenciou esta graça como privilégio e compromisso e, na fidelidade, apresentou em vez de “apresentar-se”.
No coração deste primo fiel traduz-se o mais belo e profundo sentimento de amizade, a dança do encontro dos dois ventres se torna agora uma poesia rústica que encontra sua beleza na austeridade do martírio.
Nas águas do Jordão navega a bom vento a esperança de uma humanidade cansada que agora encontra novo alento Naquele que é indicado. Assim iniciamos o Tempo Comum, contemplando as palavras e os gestos do Servo de Javé, o Cordeiro Pascal, a Luz das Nações.
O Batismo do Senhor nos santificou, pois ele ao solidarizar-se com os pecadores presenteou-os com o dom da santidade. Com esta vocação vive-se a alegria de “ser batizados no Espírito”. Neste Batismo, mais que se entreter com coisas extraordinárias, somos chamados a abraçar a “ordinariedade” da presença do Santo Espírito na vida daqueles que foram redimidos pelo Cordeiro.
Como João, precisamos apontar, apresentar, mostrar: a Jesus Cordeiro Servo ao mundo através do nosso testemunho que passa primeiro pela vida de oração, onde a intimidade com o Senhor é alimentada e na doação total do próprio ser pela causa do Reino.
Cada gesto de ternura e misericórdia apresenta Jesus ao mundo, tudo que vai pelo caminho da violência se torna uma negação. Jesus continua a “tirar os pecados do mundo” através da ação missionária, onde homens e mulheres de boa vontade lutam contra as forças do mal, transformando as vidas daqueles que se deixam encontrar pelo Espírito do Ressuscitado, que renova a face da terra.
Minha vida apresenta Jesus ao mundo?
Meus gestos mostram o Cordeiro Imolado?
Minhas palavras entoam a “Voz do Verbo”?
Por [email protected] Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África
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