Imediatamente, Moisés curvou-se até o chão
e, prostrado por terra, disse:
‘Senhor, se é verdade que gozo de teu favor,
peço-te, caminha conosco;
embora este seja um povo de cabeça dura,
perdoa nossas culpas e nossos pecados
e acolhe-nos como propriedade tua’.
Com Moisés nos curvamos diante da Santíssima Trindade, pois a prostração revela uma adoração em espírito e verdade, uma intimidade que se comunica de coração a coração. A alma que adora se derrama diante do Mistério, busca como todas as forças saciar-se de paz.
Esta paz nascida neste encontro do Coração que ama com o coração que se entrega gera a fecunda inquietude, esta gera a intercessão, o zelo pastoral, a comunhão de almas.
Aquele que um dia tirou as sandálias agora rasga o coração numa intercessão sem medida. A Íntima Comunhão Trinitária rega como um doce orvalho o ministério dos adoradores.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
O louvor é uma resposta gratuita de um zelo vivenciado. Ser “propriedade” da Comunidade de Amor empolga o ser em sua arte, em sua louvação. Os místicos nos ensinam que pertença deve ser degustada lentamente. Esquecer-se sem anular-se em Deus, subir aos céus sem desenraizar-se do tempo presente, numa terna sujeição à Providência.
Alegrai-vos,
trabalhai no vosso aperfeiçoamento,
encorajai-vos, cultivai a concórdia, vivei em paz,
e o Deus do amor e da paz estará convosco.
Àquele que se inclina em espírito e verdade aprende a trilhar o caminho da inclinação no serviço aos pobres, onde a Trindade se refugia. O caminho para Deus sempre leva ao coração das pessoas onde Ele quer ser adorado. Não sei se por mistério ou por loucura, a Santa Comunidade ama se reunir nos corações mais distantes possíveis de nossas agradáveis comunidades eclesiais e sociais. Lá onde o incenso é substituído pelas fétidas realidades do abandono, da desumanização. Onde a zona de segurança cede espaço à odisséia missionária.
Deus amou tanto o mundo,
que deu o seu Filho unigênito,
para que não morra todo o que nele crer,
mas tenha a vida eterna.
Oh Trindade, doce e terna Comunidade, ensina-nos o caminho da Adoração, pois somente ela nos conduz a vós! Disciplina-nos nas necessárias inclinações, pois assim, como árvores que se inclinam, suportaremos as tempestades. Dobrai-nos em nossos rígidos corações e lançai-nos na adoração de intercessão, no serviço gratuito àqueles que tem a “cabeça dura” e um coração desviado, pois neles vós habitais.
Obrigado Pai por nos “enternurar” em Jesus Cristo. Obrigado Filho, pois com o Pai, recebemos de vós o “Aconchego” do Espírito e, em comunidade humana, adoramos a Vós, Santíssima Comunidade de Amor.
Por pe. Éder Carvalho Assunção. Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]
Uma leitura orante:
1ª Leitura – Ex 34,4b-6.8-9
Salmo – Dn 3, 52.53.54-55.56 (R.52b)
2ª Leitura – 2Cor 13,11-13
Evangelho – Jo 3,16-18