A misericórdia triunfa sobre a morte

Guardamos no coração e na memória “as maravilhas” que o Senhor realizou na vida de seu povo. Celebramos com entusiasmo sua presença consoladora e compassiva.

“Lavando os pés” em comunidade, tomamos consciência que a Eucaristia é o sacramento do serviço, da entrega total. Celebramos com o avental da Misericórdia. O Cordeiro Servidor na nova Páscoa nos ensina o caminho da entrega eucarística, do dom total.

“Amando até o fim” encontramos a real presença do Cristo. Alimentados na ternura, envolvidos em sua compaixão, encontramos o mesmo caminho de oblação de si mesmo. Com Cristo seguimos ao jardim das muitas agonias que encontramos ao longo da caminhada de fé.  Neste, sofremos com Cristo as traições.

Contemplemos as “memórias de Jesus” antes de sua Paixão. No silêncio mais profundo, num sentimento de “presença-ausência” do Pai, o Cristo sente o peso de sua humanidade, a graça de sua missão!

Aqui encontramos a Cruz mais pesada: “não ser amado”, “ser traído”. Imagine as saudades do Cristo: o colo Mãe, o aconchego de José, as amizades construídas em Nazaré, os laços de amor construídos aos longos de sua vida pública.

Agora, ele é “altar-sacerdote-cordeiro”. O sangue que corre do mais profundo de sua alma, expressa sua dor, sua agonia, sua desolação. A via sacra segue, as quedas, os encontros, as ajudas, as injúrias e também, as presenças ternas: Maria, Cireneu, Mulheres de Jerusalém e outras.

O que pensou o Cristo? Quais imagens vinham em sua cabeça? O que alimentou sua esperança? Como ele suportou todas as dores? “O rosto divino do homem e o rosto humano de Deus” desfigurado segundo as aparências revelam a Misericórdia por excelência. Somente aqui encontramos um Deus “derrotado-esmagado” por amor, somente por amor.

Um Deus que se esvazia por preencher a humanidade. Um Deus que tudo suporta por aliviar a humanidade. Um Deus que tudo sofre por poupar a humanidade.

Na Cruz encontramos o silêncio de Deus… contemplado como “um inferno da ausência do sagrado”. Nas santas chagas, nas chagas gloriosas do abandonado a humanidade encontra seu refúgio e sua proteção. No lado aberto do “Flagelado não amado” encontramos a fonte do amor.

A escuridão quis cobrir a terra, mas uma luz brilhou mais forte. A misericórdia foi mais forte que a morte. Uma vez revolucionada, a humanidade agora é recapitulada em Cristo. A queda de Eva é vencida pela corrida das mulheres que anunciam que o túmulo está vazio, que Cristo Ressuscitou.

Somos convidados pelo Espírito a celebrar dignamente a Páscoa do Senhor. Deixemos as obras velhas, abramo-nos à experiência da renovação. Ser uma nova pessoa em Cristo.

por pe. Éder Carvalho Assunção – Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]

Ceia do Senhor

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115(116 B),12-18
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15

Paixão do Senhor

Is 52,13-53,12
Sl 30(31),2.6.12-17.25
Hb 4,14-16; 5,7-9
Jo 18,1-19,42

Vigília Pascal

Gn 1, 1-2,2

Sl 103

Gn 22, 1-2.9a.10-13.15-18

Jo 16, 1-7

Domingo de Páscoa

At 10,34.37-43
Sl 117(118),1-2.16-17.22-23
Cl 3,1-4
Jo 20,1-9

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