A experiência do Transfiguração de Jesus quando é atualizada no hoje da história produz no coração que ama sentimentos que se polarizam entre angústia e plenitude. A glória contemplada Naquele que realiza Lei e Plenitude aponta para Jerusalém, onde a Cruz manifesta seu mistério.
Assim hoje seguimos angustiados, tentados a construir tendas de segurança espiritual para evitar descer a montanha, pois este caminho leva à Cruz. A Transfiguração é testemunhada por um líder nato, um jovem inquieto e o protomártire apostólico: liderança, inquietude e coragem. Mesmo com este belo CV espiritual, o desejo de ficar na segurança da glória não faltou.
Hoje nos deparamos com um cristianismo que aliena a experiência da Transfiguração e esquece completamente uma outra montanha à escalar: Jerusalém. A Transfiguração seria como “a grande experiência de Deus, o encontro pessoal” que nos forma e nos envia.
Pena que muitos “encontrados” continuam perdidos em suas tendas de segurança, obesos e glutões de uma teologia da prosperidade, incapazes de se exercitar na aventura de proclamar Jesus e seu Reino nos vales e na escalada primordial: a Cruz.
Na Cruz encontramos o Transfigurado, embora nem tivesse mais a beleza de um homem, por causa de suas chagas, revelou a face misericordiosa de Deus, outrora escondida.
O Tabor é um momento necessário, mais infelizes são aqueles que nunca tiveram liderança, inquietude e coragem para desce-lo e assim se lançarem na utopia que dá sentido a vida, onde se descobre a beleza de ser cristão sem o marketing do sucesso, do curandeirismo e do narcisismo. Somente crucificados entenderemos o Crucificado.
www.prelaziadelabrea.org.br
Por pe. Éder Carvalho Assunção. Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África padre.eder@hotmail.com
Leituras do Dia
1ª Leitura – Dn 7,9-10.13-14
Salmo – Sl 96(97),1-2.5-6.9 (R. 1a.9a)
2ª Leitura – 2Pd 1,16-19
Evangelho – Mt 17,1-9