Nesta semana tivemos a graça de contemplar o Mistério de Deus na vida de Nossa Senhora. A Solenidade da Imaculada nos apresenta a Virgem, grávida e cheia de esperança. A festa de Guadalupe nos apresenta a Virgem Indígena, cheia de compaixão e inculturação.
Tudo isso nos ajuda em nosso caminho de fé e militância pastoral, pois neste 3º domingo do Advento somos convidados por Deus a transmitir a Alegria que brota do Mistério da Encarnação.
O Senhor, teu Deus, está no meio de ti,
o valente guerreiro que te salva;
ele exultará de alegria por ti, movido por amor;
exultará por ti, entre louvores, como nos dias de festa”
Cf. Sf 3,14-18ª
A alegria é um fruto à ser conquistado, um afeto à ser cultivado. A imagem da mulher grávida revela a fecundidade presente em cada pessoa humana. Deus fecunda a todos em sua bondade e misericórdia. Porém, somos tentados a abortar este projeto, este sonho de Deus.
Não vos inquieteis com coisa alguma,
mas apresentai as vossas necessidades a Deus,
em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças.
Cf. Fl 4,4-7
Neste Domingo, em várias dioceses do Brasil, as Portas Santas do Ano Extraordinário da Misericórdia serão abertas e, mais uma vez, a imagem da Virgem Indígena de Guadalupe nos ajuda compreender que a alegria do Evangelho se conquista na capacidade de se doar, de ser com o outro. Abraçar a dor do outro e seu modo de vida é abrir, de maneira escancarada, a Porta da Misericórdia. Não nos esqueçamos de que as 14 obras de misericórdia, temporais e espirituais, são traços da identidade cristã e não meramente obrigações à serem cumpridas.
O Ventre da Virgem é nosso refúgio, lá se encontra nossa Alegria, Aquele que é maior que Universo, mas para amar com um coração humano, lá está. A Face Indígena da Virgem é nossa meta missionária. Diante das nossas “devoções” de autorretrato, de autoajuda… a Virgem nos ensina o caminho da Transfiguração da Beleza na face dos não amados.
“o Senhor é minha força, meu louvor e salvação”
Cf. Is 12,2-6
O Advento nos apresenta também a austeridade de João Batista, que nos aponta o Salvador.
- Como contemplar a beleza e alegria de Deus na austeridade e na simplicidade de João?
Hoje, ele nos ensina que a alegria está no partilhar e no esperar Aquele que nos batizará com o fogo.
“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem;
e quem tiver comida, faça o mesmo!”
Cf. Lc 3,10-18
Recordando estas imagens: Ventre e Rosto Indígena de Maria, Austeridade e Simplicidade João. Podemos nos questionar?
- Como será a celebração do Natal em nossa casa, em nossa comunidade?
- O meu ventre está preparado?
- O meu rosto está transfigurado? A
- austeridade e a simplicidade estão em meu presépio existencial?
Temos duas opções: celebrar o natal na alegria do Reino… ou na magia do folclore. Qual será a nossa opção?
Por pe. Éder Carvalho Assunção
Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África
padre.eder@hotmail.com