Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé.
O ser busca Deus numa corrida incessante. A voz Daquele que Ama ressoa no ritmo de cada “batida cardíaca”. A memória desta voz inaudível e misteriosa envergonha a física e a química. Paulo transmite esta experiência vivenciada com o Cristo na Fé na ação do Espírito Santo. Como Paulo, nós também somos alimentados nesta esperança.
“Perder tudo” e “considerar tudo como lixo” não são sinônimos de desprezo do mundo e sim sua justa valorização. Quando nos deixamos imergir na Misericórdia, passamos por uma transformação e assim, a vida passa a ter um novo sabor, uma nova cor… Aquilo que era a “fonte de felicidade” e a “riqueza incontestável” já não tem mais valor diante da experiência do encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo.
E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
Este encontro não é fruto de nossa busca e sim da “Busca de Deus”, pois, a iniciativa é sempre Dele. É ele que nos busca e com seu dedo escreve nossa história nesta terra e, mesmo se o nosso passado é marcado pela mesquinhez e pela mediocridade em meio aos “lixos existenciais”, Ele apena escreve: “eu te amo, eu te consagrei, eu dou minha vida por ti, eu não te condeno”.
Eis que eu farei coisas novas
Aqui somos curados de todo sentimento culpa que nos impede de “olhar e abraçar” o Mistério da Misericórdia. A oportunidade de permanecer sozinho com o Cristo nos faz compreender a diferença que existe entre julgar e amar. Mais que adulterados pelas nossas infidelidades somos amados e enviados em missão.
Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
Uma leitura orante:
Is 43,16-21 / Sl 125 / Fl 3,8-14 / Jo 8,1-11
Por pe. Éder Carvalho Assunção – Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]
